Raiva em gatos: uma questão emergente no Brasil

Com o aumento da presença de gatos nos lares brasileiros, cresce a preocupação em relação à saúde destes animais e sua potencial associação à disseminação da raiva, uma doença de alta letalidade que afeta tanto os animais quanto os seres humanos (zoonose). O Brasil já é o quarto país com a maior população de gatos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia – esta tendência é atribuída a uma série de fatores, incluindo o estilo de vida urbano com espaços residenciais reduzidos e o pouco tempo disponível para dedicar aos animais de companhia.

De acordo com o Censo Pet IPB, a população de gatos no Brasil cresceu significativamente, registrando um aumento de 6% entre 2020 e 2021, totalizando 27,1 milhões de felinos, enquanto a população de cães cresceu apenas 4%. No entanto, essa expansão da população de gatos também trouxe desafios associados à saúde pública, uma vez que muitos desses animais não são mantidos exclusivamente em ambientes domiciliares, o que contribui para a formação de colônias e a circulação de gatos pelas ruas, aumentando o risco de transmissão da raiva e outras zoonoses.

Embora a raiva seja mais associada a mordeduras de cães infectados, é crucial considerar os fatores que tornam os gatos suscetíveis à doença. Os gatos abandonados, em particular, são mais ariscos e têm um instinto de caça e predação mais aguçado do que os cães, tornando-se potenciais vetores da raiva. “É importante reconhecer que os gatos, devido ao seu instinto de caça, podem correr o risco de capturar morcegos infectados pela raiva, o que aumenta a possibilidade de transmissão da doença para esses felinos”, destaca a Dra. Karin Botteon, veterinária e gerente técnica da Boehringer Ingelheim. Além disso, as campanhas de vacinação tradicionais nem sempre oferecem um ambiente adequado para a imunização de gatos, causando estresse nos animais.

Vacinação é a chave

A vacinação é a principal medida na proteção contra a raiva em gatos, assim como em cães. É o método mais eficaz de prevenção, que não apenas protege nossos queridos amigos de quatro patas, mas também resguarda a saúde pública. Promover a conscientização entre os tutores de cães e gatos sobre a importância da vacinação anual é fundamental. Além disso, é essencial incentivar a redução do abandono animal e a preservação do ambiente, evitando a destruição do habitat natural dos animais.

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