Leishmaniose visceral: Brasil está na lista dos países com maior concentração da doença

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), Sudão, Quênia, Brasil e Índia são os países com maior concentração de leishmaniose visceral no mundo, somando mais da metade dos casos. A doença, que é transmitida por meio da picada do mosquito palha (flebotomíneo), tem destaque no calendário  temático da medicina veterinária, com o “Agosto Verde”, dedicado à prevenção e orientação aos tutores.

“Nós brasileiros entendemos a responsabilidade que temos sobre essa doença, e agora o aumento nos casos da leishmaniose canina, precisamos nos dedicar para desenvolver esse imunizante”, enfatiza o vacinologista Hebert Guedes, professor do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IMPG/UFRJ) e pesquisador em saúde pública do Instituto Oswaldo Cruz.

Apesar de estar no radar dos cientistas brasileiros, enquanto não há mais vacinas para a doença disponíveis no mercado, é possível prevenir os parasitas do gênero Leishmania no seu pet de diversas formas, como explica a médica veterinária Renata Pinheiro, da plataforma de saúde saúde para cães e gatos Guiavet. “É importante destacar que o contágio pela leishmaniose é dado somente pela picada do mosquito palha infectado. Os cães, mesmo que infectados, não têm a capacidade de transmitir o vírus para os seres humanos”, reforça a médica. 

Sintomas e prevenção

Os principais sintomas no cachorro acometido pela doença são: apatia, perda de apetite, febre, anemia, emagrecimento progressivo, pelo sem brilho, queda de pelo, aparecimento de feridas na pele (em maior frequência no focinho, orelha e face), o crescimento exagerado da unha, eventualmente também podem ser encontrados alterações renais, articulares, oculares, neurológicas e gastrointestinais.

No entanto, alguns desses sintomas são bem parecidos com os de outras doenças, e também existe a possibilidade de o cachorro infectado pela leishmaniose não apresentar nenhum sinal clínico. Desta forma, a melhor maneira de diagnosticar e tratar o seu pet é levá-lo a uma consulta com o médico veterinário para a realização de exames. 

Já o meio mais conhecido de prevenção da leishmaniose canina é com o uso de coleiras impregnadas com inseticidas para afastar o mosquito do animal. Além das coleiras, há opções de pipetas e sprays com propriedades repelentes, que também são eficientes para evitar a picada do mosquito. Também é essencial fazer a limpeza do ambiente onde o animal vive para evitar focos do mosquito, que se desenvolve em locais ricos em matéria orgânica. 

“Os métodos preventivos devem ser reforçados nas datas corretas para garantir a proteção, por isso, é importante que os tutores mantenham os controles de saúde e registro dos imunizantes aplicados nos cachorros, façam o acompanhamento veterinário frequente e a atualização dos exames periódicos”, enfatiza Renata. 

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