Na última sexta-feira, 29 de setembro, comemoramos o Dia do Coração e, por isso também, este mês é chamado de Setembro Vermelho. A campanha tem um papel fundamental na identificação precoce, diagnóstico preciso e, consequentemente, no tratamento ou medidas preventivas para garantir a saúde cardiovascular não só de nós, humanos, como também dos animais de estimação. Uma pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (COMAC), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), apontou que 1 a cada 10 pets pode apresentar algum tipo de problema no coração.
Mayara Andrade, médica-veterinária nutróloga de Guabi Natural (BRF Pet), explica que, independentemente da raça ou idade, é essencial o acompanhamento frequente ao médico-veterinário e a realização de check-up como parte da rotina clínica. Dessa forma, até raças predispostas podem ter a detecção de doenças cardíacas precocemente. “Além disso, manter uma alimentação saudável e equilibrada, que atenda a todas as necessidades nutricionais dos pets, e em quantidades adequadas, é um importante aliado na prevenção de doenças em geral e, consequentemente, na longevidade. Aliado a isso, a prática de exercícios físicos também é importante para evitar o ganho de peso excessivo e obesidade, que apesar de não estar tão atrelada à saúde cardíaca como em humanos, também é um fator que reduz a expectativa de vida dos pets”, explica.
Para dar ainda mais luz à importância deste tema, a médica-veterinária tira as principais dúvidas sobre as doenças cardiovasculares que afetam os pets, como identificá-las e como preveni-las.
Quais as doenças cardiovasculares que mais afetam os pets e quais as principais causas?
“No mês de setembro, unimos esforços para conscientizar e prevenir as doenças cardiovasculares em pets em uma campanha chamada de Setembro Vermelho. As doenças cardíacas são relativamente comuns e podem ser congênitas quando falamos principalmente de filhotes ou que aparecem no decorrer da vida, com o avanço da idade como alterações degenerativas das válvulas cardíacas, entre as mais comuns temos problemas na válvula mitral, sendo essas a maior causa do sopro cardíaco. Em decorrência dessa degeneração, que passa a não ser capaz de impedir a passagem do sangue, há um refluxo que vai dos átrios aos ventrículos, podendo levar a insuficiência cardíaca com ou sem a presença de edema pulmonar. É importante ressaltar que também há uma predisposição racial em relação a essas doenças, como por exemplo cães da raça boxer e dobermann.
Outras doenças cardiovasculares frequentes são a dirofilariose, também conhecida como verme do coração, é um tipo de cardiopatia parasitária transmitida por um mosquito, que pode causar alterações cardíacas, pulmonares e sistêmicas e até levar o pet a óbito. Nos cães temos ainda a insuficiência cardíaca congestiva e a cardiomiopatia dilatada hipertrófica que pode acometer cães de porte grande e gigante bem como os gatos, além de outros tipos de degeneração valvares como a degeneração da válvula tricúspide”.
De que forma as doenças cardiovasculares podem afetar os pets?
“As doenças cardíacas podem afetar a qualidade e expectativa de vidas dos pets, uma vez que dependendo das complicações podemos ter alterações incompatíveis com a vida. Vale ressaltar que quanto antes for diagnosticada, maiores as chances de sucesso no tratamento e, consequentemente, melhor prognóstico. Em geral, cães e gatos podem apresentar sintomas como dificuldade de respirar, dispneia (respiração rápida e curta), falta de ar, cansaço, tosse similar à engasgo, intolerância ao exercício, língua arroxeada, podendo até ter desmaios. Esses sintomas podem aparecer todos juntos ou irem aumentando conforme a doença for evoluindo”.
Como a alimentação pode ajudar na saúde do coração?
“A alimentação pode auxiliar na promoção da saúde em geral e os benefícios dessa prática são bem conhecidos dos tutores. Entretanto, quando falamos de saúde cardíaca existem alguns nutrientes, conhecidos como ingredientes funcionais que podem ser grandes aliados tanto na prevenção quanto no tratamento de cardiopatias. As quantidades desses ingredientes presentes em alimentos extrusados, completos e balanceados são para atender a necessidade de animais saudáveis. Por isso, em alguns casos, como tratamento ou em casos específicos de prevenção, pode haver a necessidade de suplementação com nutracêuticos. Entre os nutrientes que podem auxiliar nisso, podemos destacar a taurina e carnitina, aminoácidos que auxiliam na força de contratura do músculo cardíaco, contribuindo para o melhor funcionamento do coração, bem como o ômega-3, mais especificamente o EPA e DHA, que também está associado a melhora da saúde cardíaca e redução das taxas de lipídeos (colesterol e triglicerídeos) no sangue.
Podemos usar como exemplos os alimentos Super Premium Naturais, que são opções saudáveis e completas para os pets. São alimentos que atendem as necessidades dos animais e auxiliam na manutenção do peso ideal, contribuindo para a saúde, o bem-estar e uma vida mais longa e saudável. Outra dica é incluir alimentos úmidos na alimentação do pet. Os sachês são uma forma de variar o cardápio e trazem benefícios para a saúde de cães e gatos”.
Como identificar sinais de problema no coração dos pets?
“Quando pensamos em problemas cardíacos, há presença de sintomas bem característicos, como a dificuldade em respirar e tosse. Por isso, é importante sempre observar o pet e ao notar qualquer alteração é importante procurar um médico-veterinário para uma avaliação. No exame físico do pet, já é possível detectar alterações através da auscultação realizada durante o exame físico. Uma vez detectado qualquer tipo de alteração, é necessária uma maior investigação, tanto para confirmação quanto para destarte do problema. Com a evolução da medicina veterinária, hoje podemos contar com exames mais específicos para o coração como o eletro e o ecocardiograma bem como profissionais especialistas em cardiologia, podendo dessa forma diagnosticar precocemente, tratar corretamente e consequentemente, promover saúde e bem-estar para os pets.