A raiva humana causa cerca de 59 mil mortes por ano no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, recentemente, matou três pessoas em Minas Gerais. A doença é provocada por um vírus encontrado em diversos animais silvestres, como morcegos, gambás e outros mamíferos, porém, são os cães e gatos os principais transmissores para os humanos, devido ao convívio próximo.
“O vírus do gênero Lyssavirus é transmitido aos humanos por meio da saliva, da mordedura e até mesmo de arranhões de animais domésticos e os sinais podem permanecer invisíveis em cães e gatos por, no mínimo, 10 dias após o período de incubação. Com isso, os animais acabam espalhando o vírus e infectando seus tutores, sem demonstrar que estão doentes”, alerta Rosane Costa, consultora veterinária do GuiaVet, marketplace focado na saúde e bem estar de cães e gatos.
Letal e sem tratamento, a principal forma de prevenção contra a raiva humana é por meio da vacinação dos pets, que funciona como uma barreira imunológica. Por isso, é importante seguir o protocolo vacinal recomendado por um médico veterinário, como explica Rosane, formada pela Universidade Federal de Lavras, com pós em Clínica de Pequenos Animais pela Equalis.
“Ele geralmente começa a partir dos 45 dias de idade, com as vacinas V8, V10 ou V11 no caso de cães, e pela V3, V4 ou V5, no caso de gatos. Após cerca de um mês da última dose, a vacina contra raiva deve ser aplicada, sendo repetida anualmente. Respeitar o cronograma de vacinação informado pelo veterinário é muito importante e a vacina pode ser realizada em qualquer clínica ou hospital veterinário”, diz.
A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) descartou a possibilidade de um quarto caso em uma adolescente mineira na última semana, no entanto, intensificou as ações de combate à raiva humana. Assim como a pasta, algumas empresas da região também se organizaram num movimento que visa prevenir a doença. É o caso do Guiavet, que realiza uma campanha de incentivo à vacinação, na qual oferece orientação gratuita com a equipe de veterinários. Basta acessar a plataforma e ver as regras em: www.guia.vet/guiavet-contra-raiva, preencher as informações do pet, e enviar o código “MEUPETSAUDAVEL” no chat de orientação via texto.
Sintomas e cuidados
Os sinais clínicos iniciais apresentados pelos pets são inespecíficos, ou seja, em outras doenças podem se apresentar da mesma forma. São eles: depressão, ansiedade, medo, desorientação, dificuldade em realizar certos movimentos habituais, excitação, agressividade, se esconder em lugares mais escuros, falta de apetite, febre, convulsão, hidrofobia (medo de água), entre outros.
Os sintomas também afetam seres humanos, portanto é necessário atenção em caso de acidentes com estes animais, seja por mordidas, lambidas e arranhões. Nestes casos, é necessário procurar assistência médica o mais rápido possível, lavar o local atingido com abundantemente com água e sabão o mais rápido possível e aplicar produto antisséptico.
Outros cuidados básicos são aliados na prevenção da raiva, como: nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres, evitar contato com animais desconhecidos de rua e, em caso de suspeita de infecção, a recomendação é entrar em contato com Zoonoses, Vigilância Ambiental ou Sanitária, mesmo que o animal não tenha mordido alguém.