Você já deve ter se perguntado por que os gatinhos emitem aquele ronronar sem fim, principalmente quando recebem um carinho. Pois bem: pesquisas indicam que o ruído é uma forma deles se comunicarem. Mas o sonzinho está longe de indicar só prazer. Através dele os gatos também manifestam fome, medo ou vontade de se aconchegar.
De acordo com o especialista em felinos Carlos Alberts, professor de zoologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o ronronar pode ser interpretado como uma forma de os gatos dizerem “Mamãe, eu preciso de você!”, ou “Mamãe, eu adoro ficar com você”. “A teoria mais aceita é que o ruído é uma forma de os filhotes se comunicarem com a mãe ou com os irmãos de ninhada”, explica.
Alberts ressalta que os bichanos podem enxergar seus donos como “figura materna”. A teoria ganha força se você pensar que gatos selvagens não ronronam para humanos, e nem mesmo para indivíduos da mesma espécie que não sejam a mãe ou os irmãos. Logo, essa capacidade de se comunicar ronronando seria algo próprio só dos filhotes, mas que, com a domesticação, acabou sendo perpetuada pela vida adulta.
Atualmente muitas pesquisas são feitas sobre o tema. O que já se sabe através da ciência é que o ronronar é produzido por contrações rítmicas dos músculos da laringe e do diafragma. No entanto, é diferente da vocalização. As vibrações podem ser feitas quando o animal inspira ou expira, e sentidas como um motorzinho por quem lhe toca o tórax.
Cada gato tem seu próprio padrão, com frequência que costuma variar entre 25 e 150 Hz. Para um veterinário que tenta auscultar o bichano, a tarefa fica praticamente impossível se ele estiver ronronando, o que não é incomum por se tratar de uma situação de estresse.
Estudos divulgados pelo Fauna Communications, uma entidade de pesquisa sem fins lucrativos, indicam que as frequências do ronronar são úteis para curar fraturas e aliviar a dor dos pequenos felinos. Mas isso ainda não foi provado cientificamente.
Por hora, só o que os gateiros podem fazer é curtir o barulhinho bom e tentar adivinhar o que ele quer dizer. Bora lá?
Por Carolina Mouta, jornalista voluntária, colaboradora do Canal de Estimação.