Com a chegada do frio, muitos animais, em especial os que vivem nas ruas, precisam e muito de nós. Em algumas regiões do país, principalmente na região Sul, as temperaturas caem muito, ficando em torno de zero graus. Esta mudança radical no clima gera mudanças de hábitos e exige cuidados para garantir a saúde e bem-estar dos animais.
De acordo com o médico veterinário Marcus V. Quadros Silva, algumas simples ações podem ajudar e, quem sabe, até garantir a sobrevivência dos animais que vivem nas ruas, sobretudo dos filhotes e idosos, já que são os mais prejudicados no inverno, considera o veterinário.
Veja agora algumas dessas ações sugeridas pelo dr. Marcus, e escolha a(s) que estiver(em) ao seu alcance para colocar em prática:
- A primeira medida é impedir que eles fiquem expostos ao clima frio e úmido, o que evitará o aparecimento de doenças. Para tanto, espalhe caixas de papelão pra que eles possam se abrigar;
- Deixe panos ou cobertas junto com as caixas;
- Abrigue-os em pátios, principalmente no período noturno;
- Doe suas roupas usadas para os bichinhos que não têm casa. Às vezes uma meia velha ou uma blusa em desuso podem ser adaptadas com cortes e ajustes ao tamanho do animal;
- Construa casinhas com pneus de carros, bacias de plástico ou caixas de isopor;
- Na falta de panos e cobertas, use jornais para cobri-los ou para fazer uma cama, já que o jornal é um excelente isolante térmico.
Para os animais que têm a boa sorte de terem um lar, os cuidados também devem ser prioridade. Para ambas as situações a regra de ouro é manter-se atentos ao animal e a qualquer alteração no seu comportamento, enfatiza o veterinário.
Veja outros cuidados importantes nesta época do ano:
Tosa: No caso de cães que ficam fora de casa, aproveite a proteção natural do animal e evite tosas muito baixas.
Roupas: No inverno as roupinhas não caprichos dos tutores, elas ajudam, sim, no aquecimento dos animais, sobretudo para os com pelos curtos. Atualmente o mercado oferece roupas feitas por diversos tecidos – moletom, soft, lã e algodão, mas, pode acontecer de o animal não se adaptar às roupas de lã ou de tecidos sintéticos, desenvolvendo coceiras ou manchas vermelhas pelo corpo. Se isso acontecer, o ideal é que o tutor opte por uma roupinha de algodão ou soft, que causam menos irritação. Se a irritação persistir, suspenda o uso e leve ao veterinário. Vale observar, ainda, se o bichinho está confortável e se a roupa não aperta nas axilas, no pescoço ou nas pernas.
Local de dormir: A exposição ao frio é altamente prejudicial aos animais de estimação. Felizmente há muitas opções de abrigos, camas e cobertores para manter os animais aquecidos, portanto, use e abuse das caminhas e mantinhas.
Para os animais que dormem fora de casa, no quintal: os proprietários devem adotar o uso de casinhas (que podem ser de madeira, plástico ou papel reciclado), mas atenção: elas devem ser posicionadas de maneira oposta às correntes de ar e o ideal é que estejam em uma área coberta, com cobertores na parte de dentro.
Alguns cães, mesmo tendo sua própria casinha, preferem ficar ao relento. Nesses casos, prenda esses animais em locais fechados nos dias de chuva ou frio intenso. Proteja a cama do animal do frio colocando algum revestimento de borracha, tapete ou estrado, evitando o contato direto com o chão. Para os gatos, utilize os arranhadores com toca, eles adoram.
Banho: Diminua a frequência de banhos no inverno. Eles devem ser, de preferência, com água morna, seja em casa ou no pet shop, o que é mais indicado, sobretudo nesta época, já que garante a secagem completa da pelagem do pet e conta com ambientes climatizados. Não molhe o animal nos dias mais frios e seque-o bem após o banho, não deixando que ele saia em ambientes abertos até, no mínimo, 30 minutos depois.
Vacinas: As pneumonias são mais comuns no inverno e, nos gatos e cães, elas podem ser bacterianas, o que é ainda mais grave. Esteja com as vacinas sempre em dia e evite aglomerações com grande quantidade de animais. No frio é mais comum contrair traqueobronquite infecciosa canina, conhecida também como “tosse dos canis”. A doença é altamente contagiosa e é mais perigosa para animais idosos ou filhotes. Para passear, prefira os horários com mais sol. Nos gatos, a preocupação deve ser maior em relação a rinotraqueíte.
Exercícios e alimentação: Estimule os cães e gatos a fazerem exercícios, o frio é um ótimo período para isso. Em casa utilize brinquedos. Eles podem comer um pouco mais de ração do que o normal por causa dos exercícios, mas não é necessário um reforço na alimentação. Acompanhar o peso do animal é algo que precisa ser feito em qualquer estação, já que o sobrepeso é um problema sério que pode causar doenças cardiovasculares e na coluna.
Escovação: Aumente a frequência de escovação do animal para pelo menos três vezes por semana. Eles tendem a se lamber mais no frio, acabam engolindo mais pelos e formando bolas no estômago, o que pode acarretar nos gatos constipação intestinal, conhecida também como “prisão de ventre”. E nos cães a escovação previne a formação de nós que leva a lesões de pele.