Você sabia que o pH da urina do gato pode interferir na dose do medicamento que você administra?”
Isso porque os fármacos são substâncias químicas e como tais interagem com as mudanças químicas do organismo.
Gostaria de compartilhar com vocês um caso prático que vivenciei de uma gatinha em tratamento com antibioticoterapia para tratamento de infecção bacteriana do trato urinário inferior.
Ela já havia terminado o período de tratamento prescrito e ao refazer o EAS, cultura e antibiograma, ainda estavam presentes as bactérias!!! O que aconteceu?
Já que o antibiótico utilizado foi o que as bactérias se apresentaram sensíveis no Antibiograma!!
Vamos lá!
Ao reavaliar todos os exames da paciente e as prescrições realizadas, observamos uma alteração no PH urinário, que antes do tratamento estava em torno de 5,5 e após em 8,0.
Uma das hipóteses para explicar essa alteração poderia, por exemplo, ser causada por mudanças na alimentação…
E isso faz toda a diferença na excreção renal de um medicamento!
Porque, nesse caso, com a urina alcalina o antibiótico utilizado foi excretado mais rapidamente, fazendo com que não houvesse tempo hábil do antibiótico entrar em contato com as bactérias por tempo suficiente tornando-o ineficaz.
Como o paciente continuava com um grande número de bactérias, poucos dias após a retirada do tratamento, os sintomas retornaram.
O tratamento foi retomado, mas com a dose ajustada do antibiótico e a paciente ficou curada do processo infeccioso!
Lembrem-se antibióticos são medicamentos que curam, caso a cura não ocorra, reavalie a terapêutica antes de achar que houve resistência bacteriana!
Esse é um caso típico na Medicina Felina! E mostra a importância de avaliarmos e reavaliarmos nossas condutas terapêuticas para melhor solução dos casos!
Somos responsáveis pela entrada e saída do que prescrevemos para nossos pacientes!
Por Dra. Viviane Portella – Cursos Gato em foco