Saiba o que é a Raiva Animal e como manter seu pet protegido

Exclusivo – Canal de Estimação

O mês de agosto chegou e com ele as Campanhas de Vacinação contra Raiva.

Uriel Andrade, veterinário.

 

Para lhe manter sempre bem informado e o seu bichinho mais bem cuidado, conversamos com o Médico Veterinário, Uriel Andrade, Doutor em Inspeção e Tecnologia de Produtos de origem animal, Mestre em Ciências Veterinárias e Coordenador do curso de Medicina Veterinária da Unisociesc.

Neste bate-papo exclusivo com o Canal de Estimação, Uriel explica o que é a doença, como ela se prolifera, como é o tratamento, outros cuidados além da vacina e muito mais.

Acompanhe a entrevista e fique de olho nas datas de vacinação na sua cidade.

 

Mantenha a saúde do seu pet sempre em dia! Faz bem pra ele e pra você!

O que é Raiva?

A raiva é uma doença infectocontagiosa, uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal.

Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la.

A doença é classificada como: urbano e silvestre, sendo o urbano passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser humano, quanto à fonte de infecção.

A Raiva atinge quais animais?

Todos os mamíferos de sangue quente (domésticos e silvestres) são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la. A Organização Mundial de Saúde Animal, em seu Código Sanitário para os Animais Terrestres, lista a raiva na categoria das enfermidades comuns a várias espécies.

O homem é acidentalmente infectado, quando em contato com animais no período de transmissibilidade da doença.

Essa doença é comum?

No Brasil, a principal espécie animal transmissora da raiva ao ser humano continua sendo o cão, embora os morcegos estejam cada vez mais aumentando a sua participação, podendo ser os principais responsáveis pela manutenção de vírus no ambiente silvestre.

Didaticamente podemos dividir a doença em ciclos de transmissão conforme os principais reservatórios da raiva encontrados no Brasil, a seguir:

  • Ciclo aéreo, que envolve os morcegos hematófagos;
  • Ciclo rural, representado pelos animais de produção;
  • Ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos;
  • Ciclo silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinins, macacos e outros animais selvagens.

Raiva tem cura? Como é o tratamento?

Não há tratamento e a doença é invariavelmente fatal no animal, uma vez iniciados os

sinais clínicos. Somente para o homem, as vacinas antirrábicas são indicadas para tratamento pós-exposição. Há também o recurso da aplicação de soro hiperimune antirrábico homólogo (HRIG) ou heterólogo.

O que a Raiva causa na saúde dos bichinhos e das pessoas?

No ser humano, os sinais clínicos são: mal estar, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angustia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.

A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir liquido, apresentando sialorréia intensa.

O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e evolução para óbito. O período de evolução, após instalados os sinais e sintomas até óbito, é em geral de 5 a 7 dias. Humanos que apresentarem sintomas semelhantes aos relatados

Já na doença transmitida pela variante canina, cães e gatos, manifestam excitação, agressividade, dificuldades de deglutição, sialorreia, incoordenação motora, convulsão, não consegue mais se levantar e ocorrem movimentos de pedalagem, dificuldade respiratória, opistótono, asfixia e finalmente a morte, que ocorre geralmente entre 3 a 6 dias após o início dos sinais, podendo prolongar-se, em alguns casos, por até 10 dias.

Como os sinais clínicos podem ser confundidos com outras doenças que apresentam encefalites, é importantíssimo que seja realizado o diagnóstico laboratorial diferencial.

Quando a vacina deve ser aplicada? 

Cães e gatos devem ser vacinados anualmente e a vacinação deve ser realizada por um médico veterinário.

Qual é o preço médio da vacina?

O valor varia bastante de cidade para cidade, ficando em torno de R$40,00 a R$100,00.

É possível conseguir gratuitamente? Se sim, de que forma?

A gratuidade vacinal não é comum, ocorre em casos de focos localizados, ou a critério do serviço oficial de controle de doenças, cujo objetivo é prevenir susceptíveis em áreas perifocal em campanhas de vacinação. No entanto, não há um calendário especifico.

Em Curitiba, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, a vacinação contra raiva em cães e gatos pode ser feita de forma gratuita na Unidade de Vigilância de Zoonoses de Curitiba, na Rua Lodovico Kaminski, 1.381, CIC, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h30.

Além da vacina, quais outros cuidados devem ser tomados para prevenção?

Não se aproximar de cães e gatos sem seus proprietários, nunca tocá-los quando estiverem se alimentando ou dormindo.

Nunca tocar em morcegos ou outros animais domésticos ou silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.

O controle populacional e a posse responsável de cães e gatos também são importantes para reduzir a transmissão de raiva e de outras doenças.

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